quinta-feira, 14 de março de 2024

IHGI RECEBE DOAÇÃO DE ACERVO DA FOLHA DE ITABORAÍ

 



O presidente do IHGI, Deivid Antunes e a doadora
do acervo, Maria Regina Barros, que participou
da cerimônia por chamada de vídeo.

 O presidente do Instituto Histórico e Geográfico Itaborahyense (IHGI), Deivid Antunes, e o diretor técnico do Arquivo Histórico do IHGI, Rubens Carrilho, assinaram nesta quarta-feira (13/03) o Termo de Doação do Acervo da Folha de Itaboraí, realizada por Maria Regina Barros, filha do jornalista Odyr Barros (1917-2004), que dirigiu o periódico durante 55 anos. O evento ocorreu no Cartório do 2º Ofício de Itaboraí e contou com a presença de familiares e amigos do jornalista, falecido em 2004.

O acervo contém coleções encadernadas, 1448 fotos, tipos móveis, medalhas e documentos, além de outros objetos de valor histórico. 

Regina Barros mora na Cidade do Panamá e foi representada por suas procuradoras, Suely Lopes, Sandra Scotelaro e Deise Silva; ela acompanhou todo o evento por chamada de vídeo e se emocionou. 

Também participaram: Ramon e Renata Barros, netos de Odyr, Elaine Teixeira, Lia Nascimento, Dona Agmar, filha do ex-prefeito Roberto Pereira dos Santos e Giselda Scotelaro, ex-diretora da Biblioteca Municipal Joaquim Manuel de Macedo. 
Assinaram como testemunhas: Jorge de Almeida Santos, Cecilia Mattos Setubal (jornais Gazeta de S. Gonçalo e O São Gonçalo e Heimar Costa (jornal O Itaborahyense). 

Folha de Itaboraí foi fundada em 1948 por Belarmino de Mattos (1891-1970); após 18 meses, este transferiu a direção e propriedade do jornal para Odyr Barros.

  

Rubens Carrilho, diretor técnico do Arquivo Histórico do IHGI







 

#BelarminodeMattos #jornalismo #comunicação #mídia #história # memória #IHGI 

domingo, 20 de agosto de 2023

Eleição e posse da nova diretoria do IHGI

O Instituto Histórico e Geográfico Itaborahyense (IHGI) elegeu neste sábado (19/08) a diretoria e o conselho fiscal para o próximo biênio 2023-2025, mantendo como presidente Deivid Antunes Pacheco. O historiador destacou os principais projetos realizados pela instituição desde sua fundação em 2017 e falou sobre os planos para a nova gestão, entre os quais a publicação de novas edições da Revista do IHGI e a realização de um curso de História de Itaboraí e sessões temáticas.

“Hoje começamos a colher os resultados do sonho de alguns loucos por história que buscam mostrar a contribuição de Itaboraí para o desenvolvimento dessa região e do país", disse o presidente do IHGI.


A eleição e a posse foram realizadas em assembleia geral na Casa Paulina Porto, Praça Marechal Floriano Peixoto, 431, Itaboraí. A nova gestão vigorará de 16 de agosto de 2023 até 15 de agosto de 2025.


Após a posse, o presidente Deivid Antunes promulgou a Portaria nº 1/2023, que designa os diretores das comissões permanentes do IHGI.



Paula Moraes, Dawson, Rui, Rubens, Lucia, João, Deivid, Hildebrando, 
Juber, Cecilia, Wendell, Cris Rosa. Foto: Jéssye Oliveira


Diretoria e Conselho Fiscal eleitos para o biênio 2023-2025


Diretoria 

Presidente - Deivid Antunes da Silva Pacheco

Vice-Presidente - João António Duarte Graça Vieira

Chanceler - Renata de Souza Pereira Aymoré Araújo Gama

Primeiro Secretário - Rui Aniceto Nascimento Fernandes

Segundo Secretário - Dawson Nascimento da Silva

Primeiro Tesoureiro - Sérgio Toledo Rodrigues

Segundo Tesoureiro - Juber Brandão de Decco


Conselho Fiscal

Presidente - Rubens Carrilho Fernandes

Conselheira - Cecilia Maria Vianna de Mattos Setubal

Conselheira - Cristiane Rosa Pereira Jardim



 Principais realizações do IHGI de 2017 a 2023


  • Instalação do Arquivo Histórico 
  • Lançamento da Revista do IHGI
  • Aprovação de dois projetos culturais pela Lei de ICMS do Estado do RJ
  • Publicação do livro Itaboraí e Independência do Brasil: história, memória, patrimônio cultural e celebrações (1822-2022) patrocinado por edital público. 
  • Lançamento de longa-metragem dos bastidores do projeto do livro. 
  • Aquisição de dois acervos privados por doação: Coleção Zeca Palácio e Coleção Antônio Joaquim de Macedo Soares.
  • Aquisição de dois retratos por doação ao futuro Museu Histórico.
  • Aquisição de um retrato de figura histórica, por compra financiada por edital público. 
  • Lançamento do novo site do IHGI
  • Organização de palestras
  • Participação no processo seletivo do Edital do Consulado dos Estados Unidos para desenvolvimento de proposta de projeto de inventário, catalogação e digitalização do patrimônio documental de Itaboraí. 
  • Articulação e orientação na fundação do Instituto Histórico, Geográfico e Ambiental de Maricá (IHGAM) 
  • Desenvolvimento do Projeto do Bicentenário 
  • Inauguração de Placas dos Lugares de Memória 
  • Missas e Ação de Graças
  • City Tour no Centro Histórico

 

LANÇAMENTO DO LIVRO

O livro Itaboraí e Independência do Brasil: história, memória, patrimônio cultural e celebrações (1822-2022) foi lançado no dia 8 de julho em Itaboraí/RJ e no dia 22 de julho em Ouro Preto/MG. Organizado por Cecilia Mattos Setubal*, Deivid Antunes e Rui Aniceto Fernandes, foi patrocinado por edital do governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

 
Lançamento em Itaboraí

Lançamento em Itaboraí

Lançamento em Itaboraí



Em Ouro Preto






(*) Cecilia Mattos Setubal é ocupante da cadeira n. 8 do Instituto Histórico e Geográfico Itaborahyense (IHGI), cujo patrono é o jornalista Belarmino de Mattos.




 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Ah, se eu soubesse!

Antiga sede do jornal Folha de Itaboraí na rua São João.
Óleo sobre tela. Cris Rosa


Por Cris Rosa*

 Lembro-me do Sr. Odyr Barros quando, na minha infância, indo para a escola, sempre o encontrava saindo de sua casa na Rua Castelo Branco, 1444, Centro.

Alto, magro, sério e sempre com uma pasta debaixo dos braços,  lá saía o Sr. Odyr, com passos largos e firmes, provavelmente para mais um dia de trabalho, em seu jornal, para escrever /relatar as notícias as quais são histórias hoje. 

Eu, na minha simplicidade e inocência, jamais poderia imaginar que todos os dias encontrava com alguém tão importante e que representava de forma singular o jornalista não só de Itaboraí, mas de uma época, de uma população. 

Ah, se eu soubesse! 

Tive a oportunidade de vê-lo inúmeras vezes, não só na rua de sua casa, mas também em diferentes eventos, em vários locais, em desfiles, no palanque, na escola...

A Folha de Itaboraí era uma marca da cidade, as referências, as notícias, como eram direcionadas, a diagramação, a forma como era produzida me chamava a atenção, acredito que já era minha essência de artista plástica gritando no meu interior.  

Cresci, me formei e tive a oportunidade de lecionar para seus netos.

É a vida seguindo seu fluxo.

À saudosa pessoa de Sr. Odyr, gratidão por ter feito tanto pela nossa Itaboraí! 


*Cris Rosa é artista plástica. O texto é uma homenagem ao jornalista Odyr Barros  (13/3/1917 - 31/1/2004), diretor da Folha de Itaboraí, jornal fundado por Belarmino de Mattos em 24 de junho de 1948.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

HÁ 130 ANOS...

 

Neste 21 de abril de 2021 comemoramos os 130 anos de nascimento do jornalista Belarmino de Mattos, também conhecido como O Velho Capitão. Nasceu em Itaboraí, Rio de Janeiro, em 1891, e faleceu aos 79 anos, em 17 de abril de 1970, em São Gonçalo, cidade que o acolheu desde os 2 anos de idade.


Foi o fundador de "A Gazeta de São Gonçalo" – lançado por ele e seu irmão gêmeo Abílio José de Mattos, em 1913 –, "O São Gonçalo" (1931), e a “Folha de Itaboraí” (1948).

Um dos protagonistas da transformação de São Gonçalo no período de sua urbanização, participou da fundação de diversas instituições, como o Hospital de São Gonçalo, a Lira Gonçalense Santa Cecilia, a Liga Gonçalense de Desportos e outras.

Um documentário gravado em 2016 registrou 11 depoimentos sobre o jornalista com Adilson Guimarães, Continentino Porto, Fernando Félix Carvalho, Homero Guião, Jorge César Pereira Nunes, José Antonio Machado, José Carlos Borges, Osmar Leitão Rosa, Rui Aniceto Fernandes, Salvador Mata e Silva, Sérgio Caldieri.




sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

HÁ 90 ANOS...

Por Cecilia Mattos Setubal 

 

Em 22 de janeiro de 1931, o jornalista Belarmino de Mattos lançou seu segundo jornal, O São Gonçalo, a princípio semanário, depois bissemanário e, finalmente, diário a partir de 1958.

Atualmente sob nova direção, O São Gonçalo mantém apenas a edição online (https://www.osaogoncalo.com.br/).

 

Como tudo começou:

Em 24 de agosto de 1913, os irmãos Abílio José e Belarmino de Mattos fundaram o jornal A Gazeta de S. Gonçalo (a partir de 1919, passou a se chamar A Gazeta). 

Em outubro de 1930, as oficinas de A Gazeta foram invadidas e destruídas (empasteladas) pela ação das forças legalistas. Após o empastelamento, passados alguns meses, Belarmino fundou O São Gonçalo. Abílio José de Mattos prosseguiu na direção da Gazeta, onde permaneceu até o seu falecimento, em 1935. A Gazeta ainda circulou sob nova direção até 1937, quando foram encerradas as publicações.


O Fluminense, 23/01/1931, primeira página.

Transcrição da nota publicada em O Fluminense:

O São Gonçalo – Iniciou hontem a sua publicação no visinho município de que tirou o nome, “O S. Gonçalo”, bem feito periódico que se propõe a servir aos sagrados interesses do povo e do município.

É diretor d’“O S. Gonçalo” o nosso estimado colega Belarmino de Mattos, ex-director d’“A Gazeta”.

Agradecemos a visita e desejamos ao novo periódico vida longa e próspera.

 

Nota sobre o lançamento de O São Gonçalo 
publicada em O Fluminense, 23/1/1931


Os irmãos gêmeos Abílio José e Belarmino




* Atualizado em 24/01/2024.


terça-feira, 21 de abril de 2020

Depois da gripe espanhola, o Hospital

Por Cecilia Mattos Setubal
O Fluminense, ed. 15.658, 5/4/34


21 de abril de 2020. Hoje se completam 129 anos de nascimento do jornalista Belarmino de Mattos (1891-1970).
Estamos em meio a uma pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19), que já matou mais de 175 mil pessoas em todo o mundo. O Brasil, até o momento, tem 2.757 mortes. Na estatística nacional, o Estado do Rio de Janeiro está em segundo lugar, com 461, e São Paulo em primeiro, com 1.093. 
Os números crescem dia após dia. Mas o presidente Jair Bolsonaro disse que é só uma gripezinha… Tal como em 1918, nos EUA, onde surgiu o vírus da gripe espanhola, o presidente Woodrow Wilson negou a gravidade dizendo que era só uma gripe. E foram 31 milhões de mortes.
De navio, a gripe espanhola chegou à América do Sul, ao Brasil e a São Gonçalo.
Há 100 anos, o mundo viveu a maior pandemia de que já se teve notícia. Provavelmente foi o que provocou uma mudança de cenário, gerando o movimento pela criação do primeiro hospital de São Gonçalo. Belarmino de Mattos, 29 anos, dirigia o jornal A Gazeta, fundado por ele e seu irmão gêmeo Abílio José.
No início do século XX São Gonçalo não tinha hospital, apenas um pequeno pronto socorro, que não resolvia casos complicados, transferidos para Niterói. O estudante de medicina e farmacêutico Luiz Palmier (1893-1955), nascido em Sapucaia, chegou à cidade em 1918 com a missão de ajudar a combater a gripe espanhola.
Em 1920, um grupo de amigos liderados por Palmier formou um movimento Pró-Hospital, que deu origem à Associação do Hospital de São Gonçalo. Participaram Hermogenes Lima, Belarmino de Mattos, Armando Ferreira e outros. Entretanto, este projeto só se concretiza em 1934, quando a prefeitura e o estado liberam recursos para concluir as obras e colocar o hospital em operação. Neste ano da inauguração, Belarmino já era diretor de outro jornal, O São Gonçalo, fundado em 1931.
Em homenagem ao seu fundador, essa unidade de saúde, anos depois, recebeu o nome de Hospital Luiz Palmier (HLP); recentemente,a prefeitura adaptou o espaço, tornando-o referência municipal no tratamento de pacientes infectados pelo Coronavírus. 
São Gonçalo, com mais de um milhão de habitantes, terá também um hospital de campanha do estado com 200 leitos. Ainda é pouco, mas se o enfrentamento à Covid-19 na cidade alcançar êxito semelhante ao de Luiz Palmier e sua equipe, deixará um importante legado para a vigilância epidemiológica.

Associação busca apoio do estado
 para  hospital - O Fluminense
ed. 12.739 - 4/11/24

Primeira diretoria: Luiz Palmier,
Alonso Faria, Belarmino de Mattos,
Gurgel Oliveira, Ismael Branco


sábado, 24 de agosto de 2019

A Gazeta e a imprensa gonçalense

Por Rui Aniceto Nascimento Fernandes*

A Gazeta, 7 de março de 1920

A história da imprensa de São Gonçalo ainda está para ser escrita e muito já se perdeu. Trabalhos pioneiros, nessa seara, foram realizados por Luiz Palmier (1), Godofredo Tinoco (2), Homero Guião (3) e Maria Nelma de Carvalho Braga (4). Traçaram listagens com dados sumários relativos às datas de circulação e informações sobre os editores dos periódicos locais. 

Os estudos de maior fôlego foram realizados, na década de 1980, por Cybelle e Marcello de Ipanema e publicados originalmente no jornal O São Gonçalo (5). Pela síntese feita pelo casal, do surgimento da primeira folha local, em 1877 até 1913 São Gonçalo teria contado com 9 jornais de efêmera periodicidade: 
A Matraca (1877), Lavoura S. Gonçalense (1879), Folhinha (1891), Pharol (1891), O Progresso (1894), Gazeta do Município (1903/1904), O São Gonçalo (1904), Neves (1906), O Futuro (1907).


Estes jornais teriam perfil literário e/ou político. A Matraca, por exemplo, circulou entre 1877 e 1879, quando São Gonçalo ainda era freguesia niteroiense, era um semanário “crítico e recreativo”. Já O Futuro era “órgão do Partido Republicano de São Gonçalo” (6). 

Pelo menos duas características desse período ainda estão presentes nos dias atuais: a efemeridade e a vinculação a correntes ou personagens políticos. Perspicazmente Palmier sentenciava: “as lutas políticas foram sempre motivo do maior esplendor ou decadência das empresas jornalísticas”. 


A Gazeta foi o primeiro jornal local de periodicidade regular. Iniciou suas atividades, sob direção dos irmãos gêmeos Abílio José e Belarmino de Mattos, em 24/8/1913, com edições semanais. O movimento político de 1930 impactou essa folha. Seu posicionamento frente às eleições municipais de 1929 foi levado em consideração pelos adeptos do regime instaurado em outubro de 1930.


Naquele pleito eleitoral A Gazeta tributou apoio ao candidato situacionista, indicado pelo presidente do Estado Manoel Duarte. Vitorioso o movimento que levou Getúlio Vargas ao poder, as forças legalistas foram depostas e A Gazeta foi empastelada. Este fato levou ao rompimento da sociedade dos irmãos Mattos. 

Belarmino de Mattos organizou-se para lançar seu novo jornal. Em 22 de janeiro de 1931 saiu o primeiro número de O São Gonçalo afirmando-se órgão independente das correntes políticas e pró-desenvolvimento local. Em 9/11/1930 Abílio José de Mattos retomou as atividades de A Gazeta mudando significativamente sua linha editorial. Circulou até 1937, quando veio a falecer (7). 
* Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Gonçalo (IHGSG), da Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (Aglac), e do Instituto Histórico e Geográfico Itaborahyense (IHGI).
______________________

1) Luiz Palmier. São Gonçalo, cinquentenário. História, geografia, estatística. Rio de Janeiro: Serviços Gráficos do IBGE, 1940.
2) Godofredo Tinoco. Imprensa Fluminense. 1826-1963. Rio de Janeiro: Livraria São José.
3) Homero Guião Filho. História de São Gonçalo. São Gonçalo: s/n., 1968.
4) Maria Nelma de Carvalho Braga. O município de São Gonçalo e sua história. 3 ed. Niterói: Nitpress, 2006.
5) Os artigos do casal Ipanema teriam sido publicados nas edições de 14-15/3/1981, 21-22/3/1981, 28-29/3/1981, 4-5/4/1981, 11-12/4/1981 e 17-19/4/1981. Esses artigos foram reunidos no livro: Cybelle de Ipanema; Marcello de Ipanema. Imprensa Fluminense. Ensaios e Trajetos. Rio de Janeiro: Instituto de Comunicação Ipanema, 1984.
6) Idem, p. 183.
7) Em setembro de 2002, A Gazeta voltou a circular, por um curto período, sob direção de Cezar Mattos, filho de Belarmino de Mattos.